Barragem do Paranã - O dia que o Paranã secou

Os Produtores rurais de Flores de Goiás (COOPERFLORES), solicitaram ao Governo do Estado a implantação de uma barragem no ribeirão Piripiri e um canal de derivação ao longo das propriedades até o córrego Amendoim. Então, visto que esses ribeirões são de cursos d'água intermitentes (temporários) e o rio Paranã é permanente, essa barragem foi feita com o objetivo de dotar a região Nordeste do Estado de Goiás, com infraestrutura hidroagrícola, que viabilize a produção irrigada, transformando a região mais carente do Estado em grande produtora de agropecuária. Este projeto não foi executado em sua íntegra, sendo vários os motivos, sendo executada apenas a Barragem do Paranã. Ela está na divisa dos municípios de Flores de Goiás, Formosa e São João d'Aliança. A principal parte do espelho d'água embeleza o nosso município de Formosa.

Esse projeto de irrigação (com todas as barragens) foi feito para um potencial de irrigar 26.500 hectares, atendendo principalmente os assentados pelo INCRA existentes na região:

- P. A. Santa Maria – Fazenda União - São João D’Aliança – 178 famílias

- P. A. Bela Vista – Fazenda São Felipe – Flores de Goiás - 1.100 famílias

- P. A. Conceição – Fazenda São Felipe – Flores de Goiás - 850 famílias

- P. A. São Vicente – Fazenda São Vicente – Flores de Goiás – 2.200 famílias

Agora, o que não é surpresa para os brasileiros, visto ter sido feito unicamente a barragem no Rio Paranã, atualmente esse projeto atende apenas 28 das 4.368 famílias produtoras e 9.930 dos 26.500 hectares, focando o atendimento principalmente aos grandes produtores de arroz irrigado e pastagem da rebrota.

O dia que o Paranã secou
fonte da informação: Agência Brasil

Outra surpresa que aconteceu foi no dia 23 de agosto de 2017 que, de uma maneira abrupta, os técnicos fecharam as comportas da barragem em sua totalidade, impedindo o fluxo d'água abaixo da barragem, ocasionando um fenômeno que deixou o leito do rio seco por cerca de 24 horas. Consequentemente, peixes de todos os tamanhos morreram e a população foi surpreendida por algo que jamais tinha visto: "o leito do rio seco".

“A comporta foi parcialmente fechada no dia 23. O rio reduziu substancialmente a vazão no dia seguinte, quando foi reaberto à tarde. A água, no entanto, só chegou ao ponto próximo à cidade de Flores de Goiás no dia 25”, detalhou a secretaria, em nota em que confirma ter acionado o Plano de Segurança da Barragem.
“O que houve aqui foi um crime ambiental. Ainda que a interrupção tenha durado pouco tempo, o ecossistema aquático foi bastante afetado. Peixes de todos os tamanhos morreram e a população foi surpreendida por algo que jamais tinha visto: o leito do rio seco”, disse o superintendente de Meio Ambiente do município de Formosa (GO), Ian Thomé.

Uma informação importante é que, dentro do município de Formosa, ele continuou tendo água, secou somente da barragem para baixo, ou seja, a partir do município de Flores de Goiás.

No dia da filmagem acima, mesmo sendo época de chuva, percebemos que o nível da barragem estava muito baixo, não seria esse um aviso de que o Paranã pode secar totalmente? Quantos pivôs atendem os atuais produtores que utiliza as águas do nosso rio? Como fazer para impedir uma grande seca nesse rio?

Mas, desde ontem, quando estava lendo novamente a matéria da Agência Brasil, hoje eu amanheci refletindo e resolvi escrever uma paródia da música de Raul Seixas, O dia que a terra parou. (essa paródia é apenas uma reflexão poética do acontecimento relatado).

O dia que o Paranã secou
Essa noite nem tive um sonho
De sonhador
Matuto que sou, eu me assombrei
Com o dia em que o Paranã secou
Com o dia em que o Paranã secou

Foi assim
No dia em que algumas pessoas
Para ajudar as fazendas de arroz
Resolveram que iam encher a barragem
Como que se não houvesse vida
Em todo o Paranã
Naquele dia, ninguém tinha água,
Ninguém, ninguém!

O roceiro não saiu pro seu roçado
Pois sabia que não tinha água pra irrigar
Dona de casa nem pôde fazer almoço
Pois sabia que não tinha água pra cozinhar
E o leiteiro não saiu pra buscar leite
Pois sabia que o vaqueiro, também não tava lá
E nem a vaca desceu pro bebedouro
Pois sabia que não tinha água pra tomar

No dia que o Paranã secou (êê)
No dia que o Paranã secou (ôô)
No dia que o Paranã secou (ôô)
No dia que o Paranã secou

E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois o padre incabulado decidiu não ir pra lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois ninguém em suas casas tinham água pra banhar
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia que na escola a água também ia faltar
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sem água na escola, não tem como frequentar

No dia que o Paranã secou (êê)
No dia que o Paranã secou (ôô)
No dia que o Paranã secou (ôô)
No dia que o Paranã secou

O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que esse assunto não tinha nada que palpitar
E o soldado nem pisou lá na barragem
Pois sabia que ninguém podia incriminar
Ambientalista não saiu para olhar
Porque esse mesmo assunto não pode divulgar
E os peixes que não tinham nada a ver
Foram morrendo na secura sem água pra nadar

No dia que o Paranã secou (oh yeah)
No dia que o Paranã secou (foi tudo)
No dia que o Paranã secou (ôô)
No dia que o Paranã secou

Essa noite nem tive um sonho de sonhador
Matuto que sou, me assombrei

No dia que o Paranã secou (oh yeah)
No dia que o Paranã secou (ôô)
No dia que o Paranã secou (eu assombrei)
No dia que o Paranã secou (assombrei)
No dia que o Paranã secou (justamente)
No dia que o Paranã secou (eu não sonhei, estava acordado)
No dia que o Paranã secou
No dia que o Paranã secou (No dia que o Paranã secou)

Exploração Turística
Hoje a exploração da margem da barragem se dá através de algumas pousadas e chácaras ainda em regularização turística. Não tenho nenhum contato para divulgação, mas acreditamos que em breve estará regularizado.
Na verdade, ainda não foram disponibilizadas na barragem sequer boias para controlar área permitida para diversões aquáticas, área permitida para pesca e área proibida.

Seguem fotos da Barragem do Paranã.